domingo, 18 de janeiro de 2009

AMO A PRAIA DO PORTO DA BARRA!!!

Digo isso com tanto entusiasmo porque fui hoje de manhã cedo, queria chegar às 6 da manhã, mas, que peninha, não ouvi o toque do celular, acordei às 6 e meia, ou seja, no máximo às 7 eu estava lá, com um copo de gostoso mingau de milho na mão...
Sabe um lugar perfeito? A praia do Porto da Barra é um deles!
E cedinho assim, parte da praia e da água ainda na sombra dos prédios da rua e dos oitizeiros centenários, é mais que perfeito!
Deixei minha bolsa com uma senhora e o filho que estavam sentados na sombra e fiquei uma curta hora, literalmente no nirvana, tudo bom demais: a água friazinha e calminha, o sol ainda não tão inclemente, as poucas nuvens voando no céu ao lado de um magrinho e desbotado crescente de lua, pouca gente ainda, que delícia!
Fiquei nadando, milhões de vezes melhor do que exercitar-se numa academia, e boiando, braços e pernas abertas, sentindo e ouvindo o mar para baixo e olhando para o céu, me sentindo uma pequena bateria finalmente colocada em seu carregador...

Aí, agora em casa, de leve porque fiquei mais leve depois dos mergulhos, mas ainda assim, fico sem me entender: moro tão perto deste lugar paradisíaco e vou tão pouco, será o quê, heim? Será que é moleza, preguiça, falta de disciplina, falta de tesão, medo de ser feliz?!?!?!? Ou será a amnésia dos dias de hoje?!?!?!? Sim, essa estranha amnésia que só atinge as coisas boas e simples da vida... Essa cruel amnésia, sombra talvez de uma memória sufocada de responsabilidades, de compromissos, de tarefas, de coisas sérias para fazer...
Está dito, vou tratar da minha amnésia, digo, da minha memória, urgentemente, será uma meta para 2009, pois ter um presente dos deuses ali, a 10 minutos de casa andando e não ir desfrutar ao menos duas ou três vezes por semana, já é doença grave!!!
Nos encontramos lá, no paraíso da praia do Porto da Barra!

sábado, 17 de janeiro de 2009

POLUIÇÃO VISUAL...

Pois é, vou tentar explicar o que sinto, tentar ser clara...

Meu olhar se cansa do tanto de informações que o assediam nas ruas da cidade, em casa, na mesa, e não estou falando de informações sobre o mundo, tipo telejornal, não, estou falando em escritos, marcas, nomes, números, logomarcas, imagens. Todos os produtos das indústrias, inclusive alimentos, vêm em caixas, frascos, papéis, e todas essas embalagens levam nome, logomarca, cores, explicações... Nas ruas, a mesma coisa, na televisão e no shopping nem se fala...


Não sei se outros humanos sentem assim, mas além do meu olhar que fica como que atulhado , logo é o meu pensar que fica com estafa, e, o pior de tudo, acho que meu próprio viver fica poluído, e fico com vontade de gritar MEEEEEEENOOOOOOOS!!!!

Será por isso que muita gente precisa sair da cidade para refazer as energias? Para despoluir o olhar, o pensar, o viver? Para resgatar a esquecida simplicidade da vida?


Let me be among trees and winds
Among birds and bugs and butterflies
Among waves and rocks
Among clouds and stars
Among moons and suns
Among earth and skies
Let me simply be




Vez ou outra, tenho um acesso desses, uma língua me chama, e hoje não censurei...



Penso que vivemos entupidos de informações visuais desnecessárias e que, como tudo, isso há de acabar um dia. E tem mais: espero estar viva ainda nesse dia para saborear, com o olho e o pensamento, a leveza e o frescor de paisagens analfabetas...

SAUDADES...

Eta, bloguinho abandonado, jogado às traças, coitadinho...
Vou alimentá-lo um pouco, afinal as agonias do final de ano já se foram, estou de recesso da faculdade, filhotes em colônia de férias, ânimo, vamos nós...
Volta e meia, me perguntam, na pousada ou em outro lugar, e recentemente me perguntaram "E você tem saudade da França?"...
Até algum tempo atrás, respondia tranquilamente, aliás, com algum entusiasmo: "eu não!"
Mas mudou, algo mudou, tudo muda, c'est la vie, c'est le monde...

Agora, posso dizer "sim, tenho saudade" e o pior é que podem ser saudades de coisas que nem mais existem por lá, mas vamos por partes...

Uma das coisas que eu mais sinto saudades são os longuíssimos dias do verão, com o sol se pondo por volta das 8 ou 9 horas da noite -ou deveria dizer da tarde?-, o céu permanecendo claro até umas 11, 11 e meia, uma PU-RA DE-LÍ-CIA!!! Sinto saudade, sim, dessas noites de verão que são dias, me parece hoje um filme em câmera lenta, especialmente comparando com o quase sempre igual pôr do sol de Salvador que acontece a toque de caixa, ai de quem fecha os olhos por dois dois minutos, era dia, já é noite... Pois é, sinto saudade desses dias imensos, quase sem fim...

Outra coisa que sinto muita saudade de uns tempos para cá, talvez mais tempo ainda, são as flores de lá, as flores da primavera, a primavera, "muguet", "lilas", pequenas "anémones" e violetas silvestres, "jonquillles", "giroflées", e tantas outras que não lembro agora... Sinto saudade sobretudo de seus cheiros, uma saudade dolorida, parecida com um despenhadeiro, com uma ferida... Seguem retratos de algumas, muito infelizmente sem cheiro...

Este é o "muguet", ele é típico do 1o de Maio na França, dá sorte, tem um cheiro delicadíssimo, delicioso, demais... Ele também surge espontaneamente em muitas florestas de clima fresco, é lindo!



Essas são as "jonquilles", elas gostam de lugares frios e saem com os primeiros sinais da primavera, os primeiros raios de sol um tiquinho mais quentes, e florescem assim mesmo, espontaneamente e podem fazer este lindo tapete que estão vendo aí, com pano de fundo do ator principal desta foto surrupiada na imensidão colorida da internet...

Essas são as violetas, silvestres também, lindas, elas nascem em muitas regiões, sempre na sombra de alguma outra vegetação, seu cheiro também é maravilhoso, alguns gostam de comer algumas, e existem balas de violetas, cultivadas dessa vez, envoltas em açúcar!










Os lilases, tem branco, lilás mesmo, e rosa... Sei que estou me repetindo mas seu perfume é encantador e, como é um arbusto grande, quem não tiver dó e colher algumas flores pode fazer um buquê enorme, literalmente uma brassada deles, é demais!










Mais umas silvestres, as "anémones", tinha tantas, e de todas as cores, tudo em tonalidades pastel, lilás, brancas, rosinhas, amarelinhas, elas apareciam com a primavera e enchiam o pequeno atalho que eu pegava até o ponto do ônibus para chegar até o colégio quando era adolescente... Pois é, para cada flor dessas, tenho buquês de lembranças que me chegam....

No meu atalho, tinha morangos silvestres, como esses da foto, deliciosos...





Já que estamos em plena saudade, vou fuçar uma foto da cidadezinha onde estudei da 4a série até o 3o ano, e onde morei do 1o ao 3o ano, chama Le Vigan, fica numa região muito linda, parecidíssima com a Chapada Diamantina, rios e velhas montanhas, muito verde, muito passarinho, pouca gente, lá vai...
Este é o cartão postal da cidade, a ponto medieval, é linda apesar de que hoje em dia, o belo rio que passa embaixo está bastante poluído, coisas do mundo...
Mas enfim, chega da saudade por hoje, um beijo, um queijo...